Fôra um grande político...
Vivera às custas de seu trabalho intenso por milagres operacionais em gestão de obras públicas. Pai desesperado, gerou renda às meninas de casas noturnas onde desabafava seus anseios, frustrações e fechava grandes negócios. Ecologicamente correto, contribuíu para a abolição do trema no ü na reforma gramatical, como economia de impressão. Buscou encanto no marasmo das assembléias públicas e prestou-se à decepção de ter acumulado sucessos, mas não felicidade.
Desacreditado após alguns escândalos onde não ficou claro se seu papel foi de delator ou principal responsável, abandonou a política. Enriquecido, porém, mudou-se para São Petesburgo, onde passou a viver como marchand, apreciando particularmente os grupos de dança folclórica, próximo aos quais pode ser encontrado, embriagado, relatando como a Perestroika fora um desastre para seu país, o Uzbequistão, mas - coisas da vida - o que o fizera um homem tão bem sucedido. Lamenta somente não viver no Caribe, pois sua mulher, fiel companheira, não suporta o clima e as intempéries tropicais.
Acredita ter deixado uma lição ao mundo: entregar-se aos vícios é próprio dos fracos; reconhecer-se fraco é, todavia, uma louvável virtude. Ele, por sua vez, equilibrado como se acha, diz jamais ter sucumbido a uma ou outra postura: com gáudio, é, tão somente, um seguidor do próximo passo.
ANTIMERITOCRÁTICO
Há 3 meses
Um pé depois outro...
ResponderExcluirOo
ResponderExcluirEle poderia viver no Recife, mas para isso teria de convencer sua fiel companheira (talvez dando-lhe um tiro nas fuças)...