terça-feira, julho 28, 2009

Ode a® famas e esperanças

Vocês ganharam! batatas e bananas aos srs., aos shopping centers, avenidas, aos carros, sobretudo aos carros, a lei, e que lei! a ordem, e que ordem!

Malditos famas e esperanças, já não lhes basta todo o resto do mundo?

Os cronópios sempre se contentaram com tão pouco, só precisavam beber, dançar, falar alguma língua noturna ininteligível, fumar, e na continuação desta dança torta, protelava a espera dos primeiros raios da Aurora, deusa de róseos dedos, tocar as faces suadas dos dançantes, dos que estavam parados, dos que nem sabiam onde estavam. baratas e ratos a nós! enquanto vocês velhavam, caminhavam, trabalhavam e olhavam de viés.

Seus filhos da puta – vocês ganharam!

Vocês ganharam, destruíram o Garagem, com ele incontáveis cronópios desalojados, de seu lugar sujo, escuro, sem higiene; já disse os cronópios não precisam de muito, na verdade o que vocês jogam fora no principalmente no rio, serviam de sofás, de decoração, figuração, e até mesmo acontecimentos, os cachorros delgados e famintos, os gatos indiferentes a tudo, as baratas e seus caminhos nervosos, os ratos e seu olho sádico de vítima, e sabe-se lá mais o quê... mas era nosso, podia-se ver cronópios esparramados como se estivéssemos num éden qualquer, silentes e tranqüilos em meio ao inferno de gente, agonia e desejo. baratas voadoras...

O horário de abrir não podia jamais ser previsto, o de fechar menos ainda. Apenas a Aurora era garantida. imagino como isso os incomodava, com seus relógios, carros, e avenidas.

A seleção musical jamais me agradou, apesar de surpresas felizes acontecerem, onde ouvirei Cake e David Bowie de novo? até a porra do mangue-bit, que sou particularmente alérgico vai fazer falta.

Ah! sempre me agradava aquela festa cronopiana, espremida, entre a escada de pernas tortas, o balcão que soçobrava objetos, e a pista de olhar lânguido e agitado a falar a língua dos bêbados. dos insones das terças, ou até mesmo na reunião ao acaso dos insensatos da segunda-feira, dos birutas e vassouradas da quinta. SEUS FILHOS DA PUTA!

No Garagem todos podiam ir, até vocês malditos famas, malditas esperanças, mesmo que jamais entendessem, jamais gostassem, jamais estivessem ali, mesmo que achassem sujo demais, barulhento demais, mas os cronópios vivem de excessos, o “demais” era a conta justa. Seus Filhos da Puta! e vocês iam, enchiam o ar com seus medos e pudores, mas era a moda, e como ela é um imperativo aos canalhas de bom coração, lá estavam vocês, com sua boca suja e seu olhar torpe.

Talvez, o único bar na porra desta cidade que não tinha televisão – que não parecia uma hospital.

Vocês conseguiram de um só golpe – que não foi dado por suas mãos, vocês a preferem limpas e distantes – malditos sejam – inúmeros pedaços de acasos, de memórias não somente as que funcionam pra trás – estas eram deliciosas, agora tem um gosto acre na boca – mas, o que é pior, nossas memórias que se dirigiam adiante, à frente do acaso, à memória do devir, da rua, da noite, dos perdidos, dos ocasos. mas só queríamos ficar quietos, perdidos, inquietos, dançando, pulando, bebendo e bebendo, mas quietos, gritando, mas em silêncio.

SEUS FILHOS DA PUTA!

Não faço idéia da idade do Garagem, mas o conhecia ainda no idos do Galetos (apesar de não me lembrar de nenhum galeto como tira-gosto), somente cachaça e vinho ruim e cerveja (sempre gelada).

Imbecis, há muito tempo que qualquer animal sabe que uma cidade não é feita de ruas, avenidas-de-passagem-ao-formigueiro, de prédios-caixas-de-fósforo, de edifícios-latas-de-óleo, arranha-céus-caixa-de-omo, mas de afetos, de acasos, de desejo e da noite, e DA NOITE.

Durmam filhos da puta, ou melhor continuem seu sonambulismo medroso.

Gostaria que essa história de pensamento positivo de fato funcionasse, pois funcionaria o de negativo, à vocês malditos famas e esperanças desejo todo o mal (o que vocês chamam de mal), mas não adiantaria, eles acontecem na mesquinhez de suas vidas e vocês seguem em frente, e trabalham, e jantam, e assistem televisão, e dormem o sono sem sonhos das almas mesquinhas.

Desejo-lhes vidinhas limpas, roupas da ultima estação bem passadas, chefes escrotos, suas empregadas domésticas, filhinhos-marginais-de-condomínio, filhinhas-putas-de-playboy, apartamentos com vista à outros apartamentos, carros, e carros, um para cada cão, cada gatinho, cada animal da família. continuem com medo da rua, não saiam jamais, entupam as boates e restaurantes; a rua nunca foi lugar pra vocês – filhos da puta – seus seguranças particulares, seus condomínios fechados, hospitais particulares, asilos encantados para seus pais – e depois vocês – e depois serem enterrados nas melhores covas da cidade. enfim, o pior é ter a plena consciência de não desejar nada fora do que são suas vidas, suas ROTINAS.

Recebi amigos de São Paulo na sexta passada, e como todo me lembro de minha frase feliz – agora amarga – “vocês tem que conhecer o Garagem! se temos de fato uma cultura recifense, está lá.”

Até mesmo o Sobrecú, o emblemático bloco cronopiano, já fez uma das suas famosíssimas prévias lá... Ah! Quantas noites! Quantas madrugadas vãs, de tédio inquieto, de delírio e resto de perfume misturado a suor, brumas e cerveja...

Ela me ligou hoje, havia acabado de passar na frente: “DEMOLIRAM O GARAGEM” berrava ao telefone, em seguida lançou a pergunta “como demolem um lugar que deveria ser patrimônio histórico?” poizé, demoliram o Garagem.

Agora tento armazenar na memória meus pedaços que foram demolidos junto com os muros, os sofás, o balcão tumultuado de objetos, a pouca luz, o andar de cima, a escada, os banheiros, pedaços de mulheres, pinturas mal feitas, pedaços de desejos invisivelmente gravados naquelas paredes.

Seus grandessíssimos filhos da puta!

– Sr. indigníssimo prefeito e seu séquito, primeiro demoliram a praia, sonham em transformar Boa Viagem num parque – eu acho – ou num anexo de qualquer shopping e agora o Garagem. imagino que sua sede higiênista não poupará o Recife Antigo, quiçá até mesmo nossos mercados, favelas, bares de subúrbio – como? quase me esquecia, isso já começou, no subúrbio onde repouso, a limpeza das pessoas já começou no entorno da praça, e demoliram todos os bares, que viviam repletos de velhinhos com seus rádios de pilha, sua pinga e o limão de cada dia. onde estão agora esses velhinhos? Boa cidadania à vocês – filhos da puta! Finalmente, antes onde havia indiferença a sua indiferente pessoa (uma tautologia ridícula – João é João), ao senhor que não passa da sombra de um homem, não chega sequer a ser o delírio alheio, agora conquistou o meu desprezo, toda minha má fé.

Se pedaços nossos foram demolidos com o Garagem, prometo-lhes senhores esperanças e famas, nossa inquietude só ficará ainda mais nervosa, nossa indiferença está se tornando em ódio velado e silencioso – estamos demasiadamente perto de vocês – sabemos identificá-los, ao contrário dos senhores que não enxergam nada além de um espelho e que evitam (tudo querem evitar). estamos perto, ruidosos e agora rancorosos. Não há coisa mais doentia para um cronópio que a memória, eles não se alimentam dela, eles estão vivos, quando dormem sonham, quando despertam continuam a obra dos sonhos em vida.

FILHOS DA PUTA!

Sr. Anísio Pacheco

quinta-feira, julho 23, 2009

Novo Layout

Gostei muito do novo layout, sinta-se felicitado o subjeito por trás das mudanças periódicas do aberrablog. De muito bom tom. E, seguindo a falta cotidiana do que escrever, há tempos não faço outra coisa, senão apregoar citações.
E hoje gostria de dedicar o post a todos os nossos leitores de países longínquos, distantes em língua, absolutamente diferentes em clima, cultura e sobretudo língua. Portanto, felicidades a vocês de Bangladesh, Tailândia, Canadá, Chile, Turquia, Oman (me deu um trabalho descraçado saber onde fica Oman, e já me esqueci. alguém sabe que língua se fala por lá? Dôdo, tu sabes?) por acompanharem, ou apenas visitrem (sem a intenção prefiro crer) nosso soberbo espaço de delírios virtuais. Até mesmo leitores indianos deixam marcas de suas leituras, é claro, que no caso da Índia é muito fácil explicar, decerto, depois do sucesso da novela, nossas culturas se aproximaram, e, lembramos que fomos indianos um dia, mas por engano.
Gosto de pensar o que alguém da Sérvia (tivemos duas visitas Sérvias nos ultimos tempos, contudo, honestamente, não dou muito crédito a esse marcador, não sei quem o contratou) veria num blog como o aberra.
Só agora, finalmente entendo o motivo essencial de meu elogio tão despropositado ao layout do blog. Eu o tinha como uma avaliação puramente estética, mas agora percebo sua função ultima e primeira: a comunicação! Que maravilha! E é justamente por isso que o layout é tão importante, assim, nossos leitores de todo o mundo podem se enformar, na árdua tarefa de... nem sei de quê, mas sei que terminaria com algo tipo, no mundo contemporâneo.

Abraço dos editores aos leitores de Orbis Tertius e adjacências

Toda crença salva? A verdade e as formas Juridico-teológicas: um texto que fala por si só.

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao pai senão por mim”. João 14:6

Certamente você já teve a experiência, como outras pessoas de estar à procura de uma determinada rua em um bairro da cidade e após muitas voltas, procuras e perguntas, finalmente alcançou o seu destino.

Se eu não conheço uma cidade, é no mínimo falta de bom senso dizer que de alguma forma hei de achar a rua que procuro. Suponhamos que você se encontra na região sul da cidade e a rua que quer achar se encontra em algum lugar da zona leste da cidade. Por isso é completamente sem sentido ficar procurando a rua onde se quer chegar, na zona sul, só porque se pensa que ela deverá estar por ali em algum lugar.

Porém se fizermos o uso de um mapa da cidade, será muito mais fácil alcançar o destino.

Quantas pessoas dizem simplesmente que todos chegarão ao céu e que cada crença salva, o importante é que se tenha fé em alguma coisa. Parce que não é necessário orientar-se nestas questões coforme o plano que Deus nos mostra na Bíblia.

Existe portanto um só caminho, e quem deixar de escolhê-lo nunca chegará a Deus – nunca mesmo. João 14:6 diz: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida: ninguém vem ao pai senão por mim”.

Não se engane dizendo que já está indo por um caminho. Todos estamos a caminho, mas a questão é se estamos no caminho certo, pois se estivermos no caminho errado não chegaremos ao destino desejado. Caro leitor, você pode estar perguntando, como então posso sair do caminho certo? Simplesmente abandone este caminho, pois o levará numa direção errada e adote a direção do destino desejado. Você precisa fazer uma conversão. Mudo o curso de sua vida. E para isto devemos crer em Jesus, pois como lemos, somente ELE é o caminho, isto é, só a fé NELE salva, e não a fé em qualquer outra coisa ou pessoa.

Ainda tem um “Disk Solução – Mensagem de amor e Consolo” mas me recuso a divulgar o número

quarta-feira, julho 22, 2009

Vinte séculos da conquista da Lua

"O homem está chegando à lua, porém há mais de vinte séculos um poeta já soube os feitiços capazaes de fazer a Lua descer até a terra. Qual é, no fundo, a diferença?"