Meninos choram no espelho sobre o manto frio da sociedade instituída. Seus olhos entristeceram, suas mentes estão confusas e seus olhos, vermelhos de tanto fumar maconha. Sobre a sua mesa de cabeceira, uma revista pornográfica e uma mão melada de esperma. Um dia após o outro, a criança se torna homem, e o homem vira uma criança. A cara enche de espinhas, e o sangue ferve por algo novo que combata os padrões de uma sociedade conservadora. Porém, ao deitar no seu quarto escuro, o jovem reza para a Santa Maria proteger a sua família dos monstros que se escondem debaixo do seu travesseiro. Assim, a criança covarde, o adolescente inseguro e a viúva católica incorporam um só indivíduo. Quando o ser humano chega a tal estágio de inconformismo conservador, ele está pronto a entrar na instituição de nome “Juventude”.
Em pouco tempo, aquele bebê que todos achavam uma gracinha, torna-se uma criatura abominável, cheia de pelos e fedorenta, tão assustadora que seus pais gastam fortunas para a acomodação social desses seres horríveis, iguais a eles. E a paternidade se encontra tão presente, como se precisassem trocar suas fraldas. A diferença é que o dinheiro investido no “Talquinho Pom-Pom” agora é repassado para psicanalistas, vinho carreteiro, planos de saúde e desodorante. Mas o ser estranho ignora a sua dependência (pelo menos no campo da ilusão) e vive como um pseudo-independente, jogado nos bares da cidade e revoltado com o seu destino: tornar-se um cidadão respeitador das leis e da ordem. Quando chega a tal grau de indignação, ele filosofa e conclui que tirar catota do nariz assistindo a novela das sete é mais confortável do que sair pelas ruas declarando uma nova ordem. Ele se pergunta: “Quantas esperanças depositamos, ao longo de nossas vidas, em ideais que não foram concretizados e talvez nunca sejam?” Muitas vezes, essas esperanças significaram um motivo para um grito, para um voto, para um protesto, e o desmoronamento delas resultou em desconsolo e lágrimas. Em quantos momentos agarramos a bandeira dos nossos sonhos e saímos em passeata, seja na rua sem nome, seja na grande avenida principal, e no outro dia ficávamos surpreendidos com uma notícia no jornal desmerecendo a nossa luta?
Reza criatura fétida! Reza Porco Imundo, pois as almas dos escaravelhos da ditadura te torturam no Jornal Nacional. A crença católica do juízo final te incomoda mais do que os carrapatos alojados em teu umbigo. Depois dorme um sono tranqüilo e, quando acordares, não se assuste com teus filhos, tua casa, teu emprego, teus quarenta anos. Lembra-te de que, por trás das garrafas de uísque escocês ou de Pitú, além do teu livro de cabeceira, existe uma canção que te trás a lembrança de teus desejos mais secretos e como os teus sonhos foram sendo despedaçados pelas tuas escolhas.
Em pouco tempo, aquele bebê que todos achavam uma gracinha, torna-se uma criatura abominável, cheia de pelos e fedorenta, tão assustadora que seus pais gastam fortunas para a acomodação social desses seres horríveis, iguais a eles. E a paternidade se encontra tão presente, como se precisassem trocar suas fraldas. A diferença é que o dinheiro investido no “Talquinho Pom-Pom” agora é repassado para psicanalistas, vinho carreteiro, planos de saúde e desodorante. Mas o ser estranho ignora a sua dependência (pelo menos no campo da ilusão) e vive como um pseudo-independente, jogado nos bares da cidade e revoltado com o seu destino: tornar-se um cidadão respeitador das leis e da ordem. Quando chega a tal grau de indignação, ele filosofa e conclui que tirar catota do nariz assistindo a novela das sete é mais confortável do que sair pelas ruas declarando uma nova ordem. Ele se pergunta: “Quantas esperanças depositamos, ao longo de nossas vidas, em ideais que não foram concretizados e talvez nunca sejam?” Muitas vezes, essas esperanças significaram um motivo para um grito, para um voto, para um protesto, e o desmoronamento delas resultou em desconsolo e lágrimas. Em quantos momentos agarramos a bandeira dos nossos sonhos e saímos em passeata, seja na rua sem nome, seja na grande avenida principal, e no outro dia ficávamos surpreendidos com uma notícia no jornal desmerecendo a nossa luta?
Reza criatura fétida! Reza Porco Imundo, pois as almas dos escaravelhos da ditadura te torturam no Jornal Nacional. A crença católica do juízo final te incomoda mais do que os carrapatos alojados em teu umbigo. Depois dorme um sono tranqüilo e, quando acordares, não se assuste com teus filhos, tua casa, teu emprego, teus quarenta anos. Lembra-te de que, por trás das garrafas de uísque escocês ou de Pitú, além do teu livro de cabeceira, existe uma canção que te trás a lembrança de teus desejos mais secretos e como os teus sonhos foram sendo despedaçados pelas tuas escolhas.
por Cara de Baga
Nenhum comentário:
Postar um comentário