sábado, novembro 28, 2009
domingo, novembro 01, 2009
sábado, outubro 10, 2009
terça-feira, outubro 06, 2009
Vagas para mestrado e doutorado
- traumas graves na infância ou na adolescência, com potencial para sublimá-los artística ou cientificamente;
- estágio de meditação em montanhas do Tibet de, no mínimo, um ano de duração;
- experiência de trabalho de dois anos em fazendas, fábricas ou minas de carvão;
- permanência (indeterminada) na Fundação Casa (antiga FEBEM) ou em penitenciárias;
- revoltados de toda espécie
Post extraído sem a autorização do autor, do blog: Impertinências
http://acimpertinencias.blogspot.com/
Pedimos encarecidamente a ajuda dos leitores do aberrablog, que contribuam com tão estimimado professor.
terça-feira, setembro 08, 2009
quinta-feira, agosto 27, 2009
quarta-feira, agosto 26, 2009
terça-feira, agosto 25, 2009
O outro
"De acordo com Kramer e Sprenger, o demônio não possui força criativa, seu poder corruptor está em, com a permissão de Deus, misturar de modo nocivo elementos já existentes no mundo. Assim, poder-seía dizer que o demônio é pura entropia. Sua força reside em retirar tais elementos de seu lugar próprio, combinando-os de modo caótico, monstruoso."
terça-feira, julho 28, 2009
Ode a® famas e esperanças
Vocês ganharam! batatas e bananas aos srs., aos shopping centers, avenidas, aos carros, sobretudo aos carros, a lei, e que lei! a ordem, e que ordem!
Malditos famas e esperanças, já não lhes basta todo o resto do mundo?
Os cronópios sempre se contentaram com tão pouco, só precisavam beber, dançar, falar alguma língua noturna ininteligível, fumar, e na continuação desta dança torta, protelava a espera dos primeiros raios da Aurora, deusa de róseos dedos, tocar as faces suadas dos dançantes, dos que estavam parados, dos que nem sabiam onde estavam. baratas e ratos a nós! enquanto vocês velhavam, caminhavam, trabalhavam e olhavam de viés.
Seus filhos da puta – vocês ganharam!
Vocês ganharam, destruíram o Garagem, com ele incontáveis cronópios desalojados, de seu lugar sujo, escuro, sem higiene; já disse os cronópios não precisam de muito, na verdade o que vocês jogam fora no principalmente no rio, serviam de sofás, de decoração, figuração, e até mesmo acontecimentos, os cachorros delgados e famintos, os gatos indiferentes a tudo, as baratas e seus caminhos nervosos, os ratos e seu olho sádico de vítima, e sabe-se lá mais o quê... mas era nosso, podia-se ver cronópios esparramados como se estivéssemos num éden qualquer, silentes e tranqüilos em meio ao inferno de gente, agonia e desejo. baratas voadoras...
O horário de abrir não podia jamais ser previsto, o de fechar menos ainda. Apenas a Aurora era garantida. imagino como isso os incomodava, com seus relógios, carros, e avenidas.
A seleção musical jamais me agradou, apesar de surpresas felizes acontecerem, onde ouvirei Cake e David Bowie de novo? até a porra do mangue-bit, que sou particularmente alérgico vai fazer falta.
Ah! sempre me agradava aquela festa cronopiana, espremida, entre a escada de pernas tortas, o balcão que soçobrava objetos, e a pista de olhar lânguido e agitado a falar a língua dos bêbados. dos insones das terças, ou até mesmo na reunião ao acaso dos insensatos da segunda-feira, dos birutas e vassouradas da quinta. SEUS FILHOS DA PUTA!
No Garagem todos podiam ir, até vocês malditos famas, malditas esperanças, mesmo que jamais entendessem, jamais gostassem, jamais estivessem ali, mesmo que achassem sujo demais, barulhento demais, mas os cronópios vivem de excessos, o “demais” era a conta justa. Seus Filhos da Puta! e vocês iam, enchiam o ar com seus medos e pudores, mas era a moda, e como ela é um imperativo aos canalhas de bom coração, lá estavam vocês, com sua boca suja e seu olhar torpe.
Talvez, o único bar na porra desta cidade que não tinha televisão – que não parecia uma hospital.
Vocês conseguiram de um só golpe – que não foi dado por suas mãos, vocês a preferem limpas e distantes – malditos sejam – inúmeros pedaços de acasos, de memórias não somente as que funcionam pra trás – estas eram deliciosas, agora tem um gosto acre na boca – mas, o que é pior, nossas memórias que se dirigiam adiante, à frente do acaso, à memória do devir, da rua, da noite, dos perdidos, dos ocasos. mas só queríamos ficar quietos, perdidos, inquietos, dançando, pulando, bebendo e bebendo, mas quietos, gritando, mas em silêncio.
SEUS FILHOS DA PUTA!
Não faço idéia da idade do Garagem, mas o conhecia ainda no idos do Galetos (apesar de não me lembrar de nenhum galeto como tira-gosto), somente cachaça e vinho ruim e cerveja (sempre gelada).
Imbecis, há muito tempo que qualquer animal sabe que uma cidade não é feita de ruas, avenidas-de-passagem-ao-formigueiro, de prédios-caixas-de-fósforo, de edifícios-latas-de-óleo, arranha-céus-caixa-de-omo, mas de afetos, de acasos, de desejo e da noite, e DA NOITE.
Durmam filhos da puta, ou melhor continuem seu sonambulismo medroso.
Gostaria que essa história de pensamento positivo de fato funcionasse, pois funcionaria o de negativo, à vocês malditos famas e esperanças desejo todo o mal (o que vocês chamam de mal), mas não adiantaria, eles acontecem na mesquinhez de suas vidas e vocês seguem em frente, e trabalham, e jantam, e assistem televisão, e dormem o sono sem sonhos das almas mesquinhas.
Desejo-lhes vidinhas limpas, roupas da ultima estação bem passadas, chefes escrotos, suas empregadas domésticas, filhinhos-marginais-de-condomínio, filhinhas-putas-de-playboy, apartamentos com vista à outros apartamentos, carros, e carros, um para cada cão, cada gatinho, cada animal da família. continuem com medo da rua, não saiam jamais, entupam as boates e restaurantes; a rua nunca foi lugar pra vocês – filhos da puta – seus seguranças particulares, seus condomínios fechados, hospitais particulares, asilos encantados para seus pais – e depois vocês – e depois serem enterrados nas melhores covas da cidade. enfim, o pior é ter a plena consciência de não desejar nada fora do que são suas vidas, suas ROTINAS.
Recebi amigos de São Paulo na sexta passada, e como todo me lembro de minha frase feliz – agora amarga – “vocês tem que conhecer o Garagem! se temos de fato uma cultura recifense, está lá.”
Até mesmo o Sobrecú, o emblemático bloco cronopiano, já fez uma das suas famosíssimas prévias lá... Ah! Quantas noites! Quantas madrugadas vãs, de tédio inquieto, de delírio e resto de perfume misturado a suor, brumas e cerveja...
Ela me ligou hoje, havia acabado de passar na frente: “DEMOLIRAM O GARAGEM” berrava ao telefone, em seguida lançou a pergunta “como demolem um lugar que deveria ser patrimônio histórico?” poizé, demoliram o Garagem.
Agora tento armazenar na memória meus pedaços que foram demolidos junto com os muros, os sofás, o balcão tumultuado de objetos, a pouca luz, o andar de cima, a escada, os banheiros, pedaços de mulheres, pinturas mal feitas, pedaços de desejos invisivelmente gravados naquelas paredes.
Seus grandessíssimos filhos da puta!
– Sr. indigníssimo prefeito e seu séquito, primeiro demoliram a praia, sonham em transformar Boa Viagem num parque – eu acho – ou num anexo de qualquer shopping e agora o Garagem. imagino que sua sede higiênista não poupará o Recife Antigo, quiçá até mesmo nossos mercados, favelas, bares de subúrbio – como? quase me esquecia, isso já começou, no subúrbio onde repouso, a limpeza das pessoas já começou no entorno da praça, e demoliram todos os bares, que viviam repletos de velhinhos com seus rádios de pilha, sua pinga e o limão de cada dia. onde estão agora esses velhinhos? Boa cidadania à vocês – filhos da puta! Finalmente, antes onde havia indiferença a sua indiferente pessoa (uma tautologia ridícula – João é João), ao senhor que não passa da sombra de um homem, não chega sequer a ser o delírio alheio, agora conquistou o meu desprezo, toda minha má fé.
Se pedaços nossos foram demolidos com o Garagem, prometo-lhes senhores esperanças e famas, nossa inquietude só ficará ainda mais nervosa, nossa indiferença está se tornando em ódio velado e silencioso – estamos demasiadamente perto de vocês – sabemos identificá-los, ao contrário dos senhores que não enxergam nada além de um espelho e que evitam (tudo querem evitar). estamos perto, ruidosos e agora rancorosos. Não há coisa mais doentia para um cronópio que a memória, eles não se alimentam dela, eles estão vivos, quando dormem sonham, quando despertam continuam a obra dos sonhos em vida.
FILHOS DA PUTA!
Sr. Anísio Pacheco
sexta-feira, julho 24, 2009
quinta-feira, julho 23, 2009
Novo Layout
E hoje gostria de dedicar o post a todos os nossos leitores de países longínquos, distantes em língua, absolutamente diferentes em clima, cultura e sobretudo língua. Portanto, felicidades a vocês de Bangladesh, Tailândia, Canadá, Chile, Turquia, Oman (me deu um trabalho descraçado saber onde fica Oman, e já me esqueci. alguém sabe que língua se fala por lá? Dôdo, tu sabes?) por acompanharem, ou apenas visitrem (sem a intenção prefiro crer) nosso soberbo espaço de delírios virtuais. Até mesmo leitores indianos deixam marcas de suas leituras, é claro, que no caso da Índia é muito fácil explicar, decerto, depois do sucesso da novela, nossas culturas se aproximaram, e, lembramos que fomos indianos um dia, mas por engano.
Gosto de pensar o que alguém da Sérvia (tivemos duas visitas Sérvias nos ultimos tempos, contudo, honestamente, não dou muito crédito a esse marcador, não sei quem o contratou) veria num blog como o aberra.
Só agora, finalmente entendo o motivo essencial de meu elogio tão despropositado ao layout do blog. Eu o tinha como uma avaliação puramente estética, mas agora percebo sua função ultima e primeira: a comunicação! Que maravilha! E é justamente por isso que o layout é tão importante, assim, nossos leitores de todo o mundo podem se enformar, na árdua tarefa de... nem sei de quê, mas sei que terminaria com algo tipo, no mundo contemporâneo.
Abraço dos editores aos leitores de Orbis Tertius e adjacências
Toda crença salva? A verdade e as formas Juridico-teológicas: um texto que fala por si só.
Certamente você já teve a experiência, como outras pessoas de estar à procura de uma determinada rua em um bairro da cidade e após muitas voltas, procuras e perguntas, finalmente alcançou o seu destino.
Se eu não conheço uma cidade, é no mínimo falta de bom senso dizer que de alguma forma hei de achar a rua que procuro. Suponhamos que você se encontra na região sul da cidade e a rua que quer achar se encontra em algum lugar da zona leste da cidade. Por isso é completamente sem sentido ficar procurando a rua onde se quer chegar, na zona sul, só porque se pensa que ela deverá estar por ali em algum lugar.
Porém se fizermos o uso de um mapa da cidade, será muito mais fácil alcançar o destino.
Quantas pessoas dizem simplesmente que todos chegarão ao céu e que cada crença salva, o importante é que se tenha fé em alguma coisa. Parce que não é necessário orientar-se nestas questões coforme o plano que Deus nos mostra na Bíblia.
Existe portanto um só caminho, e quem deixar de escolhê-lo nunca chegará a Deus – nunca mesmo. João 14:6 diz: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida: ninguém vem ao pai senão por mim”.
Não se engane dizendo que já está indo por um caminho. Todos estamos a caminho, mas a questão é se estamos no caminho certo, pois se estivermos no caminho errado não chegaremos ao destino desejado. Caro leitor, você pode estar perguntando, como então posso sair do caminho certo? Simplesmente abandone este caminho, pois o levará numa direção errada e adote a direção do destino desejado. Você precisa fazer uma conversão. Mudo o curso de sua vida. E para isto devemos crer em Jesus, pois como lemos, somente ELE é o caminho, isto é, só a fé NELE salva, e não a fé em qualquer outra coisa ou pessoa.
Ainda tem um “Disk Solução – Mensagem de amor e Consolo” mas me recuso a divulgar o número
quarta-feira, julho 22, 2009
Vinte séculos da conquista da Lua
terça-feira, junho 23, 2009
pela brevidade dos prólogos
Polonius
sábado, maio 16, 2009
domingo, maio 10, 2009
Vivera às custas de seu trabalho intenso por milagres operacionais em gestão de obras públicas. Pai desesperado, gerou renda às meninas de casas noturnas onde desabafava seus anseios, frustrações e fechava grandes negócios. Ecologicamente correto, contribuíu para a abolição do trema no ü na reforma gramatical, como economia de impressão. Buscou encanto no marasmo das assembléias públicas e prestou-se à decepção de ter acumulado sucessos, mas não felicidade.
Desacreditado após alguns escândalos onde não ficou claro se seu papel foi de delator ou principal responsável, abandonou a política. Enriquecido, porém, mudou-se para São Petesburgo, onde passou a viver como marchand, apreciando particularmente os grupos de dança folclórica, próximo aos quais pode ser encontrado, embriagado, relatando como a Perestroika fora um desastre para seu país, o Uzbequistão, mas - coisas da vida - o que o fizera um homem tão bem sucedido. Lamenta somente não viver no Caribe, pois sua mulher, fiel companheira, não suporta o clima e as intempéries tropicais.
Acredita ter deixado uma lição ao mundo: entregar-se aos vícios é próprio dos fracos; reconhecer-se fraco é, todavia, uma louvável virtude. Ele, por sua vez, equilibrado como se acha, diz jamais ter sucumbido a uma ou outra postura: com gáudio, é, tão somente, um seguidor do próximo passo.
Reportacolagem
Entre os dados que serão apresentados, há a estimativa de que até 2 milhões de famílias poderiam ser incorporadas ao programa, se a gestão fosse mais eficiente. "Vamos assumir o que fizemos e discutir o que queremos" coincidiu com declarações feitas há poucos dias pelo presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, que dissera que a Al Qaeda não estava mais em seu país. multou três médicos por prescreverem receitas com letra ilegível para pacientes. Cada profissional recebeu multa de R$ 2 mil e podem apresentar defesa por escrito em 15 dias. "Espero que não seja de próprio punho", disse o diretor da Vigilância Sanitária
sexta-feira, maio 01, 2009
Edward Smith, 58
“Não sou doente nem tenho vontade de mudar minha opção”, declarou Smith, que alega não ter interesse por mulheres ou homens, apenas por veículos. Segundo ele, sua escolha sexual começou a se manifestar aos 15 anos, idade em que perdeu a virgindade com um objeto sobre rodas.
Atualmente, o americano namora um Volkswagen Fusca branco chamado Vanilla (baunilha, do inglês). Se o Fusca falasse, teria motivos de sobra para manifestar ciúme. Smith é poligâmico e divide as atenções com outros dois veículos: Cinnamon, um Opel GT 1973, e Ginger, uma picape Ford Ranger Splash 1993.
O passado do americano também é de deixar qualquer parceiro de quatro rodas inseguro. Smith fez sexo com um helicóptero. “Foi minha experiência mais intensa”, recorda-se. O último relacionamento sério foi com Victoria, um VW Fusca 1969, comprado de uma família Testemunha de Jeová.
Smith declarou ter feito sexo com aproximadamente mil veículos. “Sou um apreciador da beleza, mas com a beleza dos automóveis eu vou um pouco além”. O americano se diz muito romântico. “Escrevo poemas sobre carros, canto para eles. Não sou doente nem quero chocar ninguém, essa escolha está no meu coração”.
*Comentário do Editor: eu descobri em meio a reportagem que também sou apaixonado por fuscas, só que do modelo abaixo...
sábado, abril 18, 2009
Instruções para subir uma escada
Ninguém terá deixado de observar que frequentemente o chão se dobra de tal maneira que uma parte sobe em ângulo reto com o plano do chão, e logo a parte seguinte se coloca paralela a esse plano, para dar passagem a uma nova perpendicular, comportamento que se repete em espiral ou em linha quebrada até alturas extremamente variáveis. Abaixando-se e pondo a mão esquerda numa das partes verticais, e a direita na horizontal correspondente, fica-se na posse momentânea de um degrau ou escalão. Cada um desses degraus, formados, como se vê, por dois elementos, situa-se um pouco mais acima e mais adiante do anterior, princípio que dá sentido à escada, já que qualquer outra combinação produziria formas talvez mais bonitas ou pitorescas, mas incapazes de transportar as pessoas do térreo ao primeiro andar.
As escadas se sobem de frente, pois de costas ou de lado tornam-se particularmente incômodas. A atitude natural consiste em manter-se em pé, os braços dependurados sem esforço, a cabeça erguida, embora não tanto que os olhos deixem de ver os degraus imediatamente superiores ao que se está pisando, a respiração lenta e regular. Para subir uma escada começa-se por levantar aquela parte do corpo situada embaixo à direita, quase sempre envolvida em couro ou camurça, e que salvo algumas exceções cabe exatamente no degrau. Colocando no primeiro degrau essa parte, que para simplificar chamaremos de pé, recolhe-se a parte correspondente do lado esquerdo (também chamada pé, mas que não se deve confundir com o pé já mencionado), e levando-se à altura do pé faz-se que ela continue até colocá-la no segundo degrau, com o que neste descansará o pé, e no primeiro descansará o pé. (Os primeiros degraus são os mais difíceis, até se adquirir a coordenação necessária. A coincidência de nomes entre o pé e o pé torna difícil a explicação. Deve-se ter um cuidado especial em não levantar ao mesmo tempo o pé e o pé.)
Chegando dessa maneira ao segundo degrau, será suficiente repetir alternadamente os movimentos até chegar ao fim da escada. Pode-se sair dela com facilidade, com um ligeiro golpe de calcanhar que a fixa em seu lugar, do qual não se moverá até o momento da descida.
quinta-feira, abril 02, 2009
terça-feira, março 31, 2009
domingo, março 08, 2009
Pelo desenvolvimento turístico do Recife
estivadores e pobretões que veem ao Brasil
Nossa Agência de viagens (a SifudiTour) está ofererendo excelentes serviços de entretenimento e lazer dos quais vocês certamente se interessaram em comprar.
Uma lista dos nossos mais velhos produtos está logo abaixo, com depoimentos exclusivos de alguns consumidores:
1 - O "Chuta dondocas":
Jogue uma dondoca pela janela (não, não é assassinato, e sim, suicídio) . Os usuários atestaram no passado que é muito prazeroso.
"Tem-se a senzação de estar contribuindo com a prezervação da naturesa! Nós recomendam!" Declarou um casal de franceses.
Investimento no produto:
Dondoca gorda: apenas 50 euros + taxas.
Dondoca gorda e velha: 45 euros + taxas.
Dondoca magra: 40 euros + taxas.
Dondoca magra e velha: 40 euros, livre de taxa.
2 - Cu-Ovo frito no Lindú:
Disponiblizamos bancos públicos no famosérrimo Parque Dona Lindú, com temperaturas suficientes para que seus ovos sejam fritos com satisfação!
"Até hoje sinto os maravilhosos e terapêuticus efeitos! Vale muito a pena!" Alegou um turista italiano.
Investimento:
Só 10 euros + taxas.
3 - Alimentando os tubarões:
Nossa belíssima praia urbana possuía dezenas de Carcharhinus. Venha alimentá-los!
"Eu dei a bunda inteira e resolvi todos os meus problemas hemorróidicos! Foi mara!" Falou à reportagem uma turista argentina.
Investimento:
Dois pedaços de panturrilha: 15 euros + taxas de preservação ambiental.
Uma banda de bunda: 20 euros + taxas de preservação ambiental.
Duas bandas de bunda: 25 euros + taxas de preservação ambiental
4 - Menininhas(os) (n)à-baladas:
Estupre garotinhas e garotinhos a partir de 12 anos, cheirando a leite-de-gringo-no-dente!
"Péga-mos geral, se demos bom-D+!", disse um grupo de búlgaros no verão passado.
Investimento:
Apenas 5 euros - livre de qualquer taxa.
5 - Cerveja gelada em praia badalada:
Cervejas de várias marcas por precinho especial!
"A cervaija é mui gustosa!", dizem os portugueses.
Investimento:
Apenas 1 euro.
Com exclusividade para os clientes da SifudiTour, tem MUITO, MAIS MUITO MAIS:
6 - Oferecemos pacotes para Porto de Galinhas, onde poderão à vontade pisotear e destruir os corais:
"É senzazional pular nos coral!", falou uma garotinha da Irlanda.
Investimento:
Apenas 100 euros + aluguel de botas com solados especiais para destruição.
7 - Oferta exclusiva para este verão:
Frite mais ovos nos bancos de mármore do Bulevard "Pracinha" de Porto de Galinhas. Cunzinhe seu ovo e seu cúnzinho (é meu?) e esfrie-os no salzinho das límpidas água do mar!
Com os 100 euros, e mais 50 euros, num total de 250 euros + taxas.
8 - Carnaval em Olinda:
Venha curtir um assalto nas ladeiras da cidade alta!
"It's very muito emocionant. Great experiency! Every all see and nobody fais nada!", declarou um grupo de ingleses.
AGUARDAMOS ANSIOSAMENTE SUA VISITA!
Entrem em contato através do site:
www.sifudidustour.com
* Programa Exclusivo de Desenvolvimento do Turismo Sexual, Destrutivo e Antropofágico Pernambucano Urbano Trivial Acontecimental.
PS: este é um espaço publiciotário. Posts pagos. conteúdo de exclusividade do anunciante.
Extraído sem autorização de um blog amigo, que traz notícias do futuro:
http://diariodoporvir.blogspot.com/
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
Sobrecú: Antevisão da Lupercalía?
Seis anos nos separam de jovens alucinados, bêbados, exemplarmente drogados, com o espírito voraz pela vida e nos lábios o grande Sim. Não se sabe ao certo o número deles, alguns textos inescritos citam três, outros sete e os mais exagerados, alardeiam aproximadamente, cinqüenta e quatro pessoas; o que apesar da precisão dos números deve-se ter cuidado ao tomar como verossímil.
Apesar do gosto compartilhado pela fala, poucas palavras fizeram-se necessárias para que emergisse um bloco carnavalesco. O lugar e hora onde essas palavras foram pronunciadas perderam-se em memórias ávidas pelo presente. Assim como os passos de pombos que infestam a cidade o acontecimento Sobrecú tomou forma: por entre sussurros ao pé-do-ouvido, gritos e gestos bruscos em mesas de bares espúrios, monólogos de bêbada sabedoria, risos e delírios.
As armas, ou brinquedos: a sátira, a ironia, o desdém, o descompromisso com tudo que não levasse a sério (e as últimas conseqüências) o Riso. A forma: absolutamente maleável, imprevisível, inspirada no jazz de Charles Mingus e Miles Davis, na potência beethoviana, na lisérgica música que explode em fluidos rosas, nos ruídos quase musicais do mundo. Uma festa para deuses. Deuses do passado, deuses do por vir: Dionísio, Baco, Pã, Fauno, Zaratustra e todos os demais deuses que dançam, e todos os que não nasceram ainda. O sacrifício: o próprio corpo entregue, suor e desejo a “resoluta urgência do agora”.
Ambicionaram um eterno-vagar-sem-origem-ou-fim, preparados a qualquer acontecimento im-possível.
Certos que “todos os dias nascem deuses”, o Sobrecú prepara mais uma liturgia ao futuro: “velhos carnavais, que já se foram e que não voltam mais, fiquem para trás, pois o que quero é brincar bem mais”. E mais além, “noventa e sete foi um ano difícil... setenta e quatro foi um ano pior... dois mil e oito está sendo legal, dois mil e quarenta e nove vai ser muito melhor.” O palco orgástico não é mais a velha Roma, como nos tempos das Lupercalías, nem a mais velha Grécia e as deliciosas e ditírambicas Grandes Dionisíacas, mas Recife: “Eita cidade maluca, quando eu saí tava sol, depois choveu, ventou forte, agora já tá sol.” Mais especificamente, o tortuoso caminho tem seu apogeu em Afogados, como o intuito de “pegar o Sobrecú, que é uma carne muito boa pra gente tomar pitu” ou quem sabe um “um doce”; e, quando um dos donos da múltipla festa das carnes aparecer “Satanás”, “eita zica” “toma um L que passa”.
O Sobrecú não é a Lupercália, nem mesmo uma Grande Dionisíaca, não é uma duplicação ilusória de um fantasma anacrônico; é a repetição futura de um acontecimento desconhecido. “Se todos vivessem seus sonhos efêmeros, fantasias se tornariam reais e o carrossel de fantasias teria fim.” O Sobrecú em vez pretender a sobreposição (de todo e de sempre) idealista do fantástico ao Real, ao contrário, ele é o agenciamento desse carrossel fantástico com a frágil e esfumaçada realidade.
E mais além, sempre mais ainda, para olhos maldosos o suficiente será possível entrever por entre corpos hodiernos, os deuses antigos, libações e sacrifícios mágicos que habitam os espíritos no Carnaval.
quinta-feira, janeiro 22, 2009
"O Evangelho segundo o João" - Roberto Vieira
Eu sempre joguei sério. Na bola. Sempre fui respeitado. Quando era pequeno rezava todas as noites para ser um craque. Um jogador de futebol. Eu acreditava nas minhas orações. Obedecia meus pais. Pedia a benção. Vim jogar no Rio. Virei capa de revista. Comecei a sonhar com a seleção. Foi aí que meu mundo virou de pernas pro ar.
Eu o conhecia das peneiras. Um aleijado. Dava pena. Chegava calado e saía mudo. Quando os técnicos viam aquelas pernas eles o mandavam embora. Mas ele sempre voltava.
Foi então que um dia eu soube que ele enfeitiçou o Nilton. Logo o Nilton, meu ídolo! E foi escalado pra jogar no Botafogo. E começou a fazer gols.
Imaginei que devia ser piedade divina e fiquei na minha. Um dia nosso destino iria se cruzar. E seria seu fim.
Coronel e Jordan tinham conversado comigo:
'Cuidado!'
Eu fiquei rindo. Ele também tinha enfeitiçado os dois. Prometi a mim mesmo que eu ia acabar com aquela palhaçada.
Chegou o dia. Domingo. Maracanã lotado.
Batem o centro. Vem a primeira bola e eu me antecipo. Sério. Na bola. Toco para o ataque e volto correndo para minha posição. Sem pena. Pois o que Coronel e Jordan sentiam era pena. Eu ia mostrar ao mundo a farsa das pernas tortas.
A segunda bola escapou de suas chuteiras.
O primeiro tempo se encaminhava para o fim quando ele domina a pelota. Eu entro no meio do joelho dele. Sem pena. Pra quebrar. Ele cai. Olha o joelho. Levanta.
Alguém na geral grita:
'Quebra ele!'
Ele sorri. Para a geral e para mim. Como um passarinho no alçapão. Aquilo me desconcertou. A pancada que eu dei poderia derrubar uma parede. Mas ele levantou sorrindo pra mim.
O Maracanã lotado.
E a bola chegou até ele um segundo antes de mim. E ele partiu na direção do gol. Eu atrás. Ele parou, súbito. Eu passei, lotado. Voltei e dei um carrinho. Ele escapou pela direita. Eu levantei e ele driblou pela esquerda. Beijei o chão. Ele cruzou na cabeça de Paulo Valentim. Gol.
Perdi a conta das vezes em que fui driblado. Não vi mais a cor da bola. O Botafogo venceu por 6x2. Alegria do povo.
Porém, um lance ficou gravado em minha memória. Sem dribles. Pisei num buraco. Chorei de dor. Ele partia em direção ao gol. Seria o sétimo gol. A torcida já gritava '7, 7, 7'... As mesmas pessoas que gritavam 'quebra, quebra, quebra'.
Inexplicavelmente ele parou e tocou a bola para fora. Tocou a bola para fora pra que eu fosse atendido.
Fratura. Aleijado. Ele me ajudou a sair de campo.
Nunca mais nos vimos.
Eu vim trabalhar nessa fábrica. As capas de revista eu guardo lá em casa.
Com o tempo ele virou gênio. Tão aleijado quanto eu. Cheio de mulheres. De fama.
De vez em quando vem um jornalista como você vem me entrevistar.
Quer saber a verdade. A verdade?
A verdade é que não. Não fiquei triste com a morte dele. Pra que mentir? Não pude me vingar.
Eu preferia que ele nem tivesse existido...
Publicado sem autorização: http://oblogdoroberto.zip.net/
quarta-feira, janeiro 14, 2009
Calor Du-Caraí
(O post é uma tentativa de responder ao nosso caríssimo leitor anônimo, este, reclamou da falta de postagem no mês de janeiro. Espero que as dúvidas sejam por fim, esclarecidas.)
Tava um calor dos diabos, está ainda, não sei por que tenho a mania de falar no passado, quando ainda estou imerso até o pescoço no inferno. Calor, úmido, pesaroso, mais que isso, denso, pesado. O ar do ventilador, morno e soprava como gêiser, lentamente, o vai e vêm ruidoso só fazia aumentar o calor. Afora o hálito quente do ventilador não havia um sinal de vento, uma brisa sequer, nem nem. Na rua, o asfalto, o cimento das paredes, delgados, alucinantes, flácidos, moles, e tudo isso ressoava na pele, e eu derretia, derretia. Voltei imediatamente à casa. Não é possível pensar agora, a derme a suar de bica, os órgãos – sinto-os cozinhar, o juízo fervia, escorria pelas orelhas, e eu me esforçava para não respirar demasiado rápido, nem um movimento brusco, buscava a inércia, etérea, eterna e perfeita. Faltam sinônimos nos dicionários para tanto calor.
O banho, a água quente e a inevitável suadeira ainda na água. Escaldante. O suor vira grude, uma outra camada se forma sobre a derme. Como alguém pode ser feliz num lugar tão quente? O amarelo do sol que jamais se olha; jamais se vê de frente, sempre submissos ao sol. Certo poeta, não me recordo qual, nem se, de fato, se trata de um poeta, disse: o sol e o mal nunca podem ser encarados frente a frente. Um calor de matar. É fácil compreender como no Estrangeiro, ele dizia com a maior sinceridade “matei porque o sol estava em minha cara”. Não é possível antever os crimes que posso cometer nesse calor...
Havia de matar o tédio, comecei tentando achar o nome preciso, um nome ou expressão que desse conta do calor que faz hoje, achei fácil: que calor du caraí. Mas o calor não cedeu um grau sequer a minha precisão semiótica. Meu corpo continuava derretendo.
Resolvi visitar os mortos, ir ter com os antigos. Eles sempre me ajudaram, me distraem, levam-me a distâncias, fazem-me pensar que um dia algo foi diferente, e ainda me concedem a impressão de ter aprendido algo. Mesmo com o sol pondo em suspenso toda a história: “nada de novo sob o sol”.
Pois bem, meus queridos mortos, relacionavam absolutamente toda a vida ao clima, aos humores do tempo: seja desgraça ou boa ventura dos povos; quer seja a sensualidade ou a abstenção sexual: calor esbanja, esparrama, derrama, enquanto o frio retêm, anseia guardar para si, distância, posto que, aumenta a proteção entre os corpos, e por aí vai.
Independente do anacronismo, a idéia da sobre-determinação geográfica, isto é, que o meio vai determinar a possibilidade dos viventes, a sua mentalidade, seus costumes já não é mais bem vista entre os vivos, no entanto, penso que, talvez, não estivessem eles (os mortos) tão errados assim. E sinto o dever de dizer sim ao clima, enfim, o melhor a fazer é ir a praia comer ostras (feliz de um bicho que come outro) e tomar uma cerveja...